“Lisboa – cidade de todas as idades”

2 de Fevereiro, 2018
Cumprimento entre Fernando Medina e Edmundo Martinho

Autonomia e Participação são os conceitos chave no protocolo assinado pela Santa Casa com a CML para a criação de um programa integrado de apoio à população da capital. O investimento ascende a 100 milhões de euros.

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) assinou esta sexta-feira, 2 de fevereiro, com a Câmara Municipal de Lisboa (CML), um protocolo para a criação do programa “Lisboa – cidade de todas as idades“. O protocolo foi assinado pelo provedor da SCML, Edmundo Martinho e pelo presidente da CML, Fernando Medina.

O programa pretende diminuir o isolamento social dos idosos que vivem em Lisboa e que constituem um quarto da população da cidade, com o maior e mais ambicioso programa de investimento na rede de cuidados, apoio domiciliário ou a requalificação do espaço público, tornando-o mais amigo dos idosos.

Fernando Medina sublinhou que o programa vai inverter “a filosofia da intervenção social de institucionalização para um foco central de atividade e autonomia, com conforto e segurança”. Para o líder da autarquia, a estratégia apresentada simboliza “uma visão integrada e um desafio a todas as instituições da cidade para encararmos um problema central, o do envelhecimento”.

O programa assenta em 3 eixos: vida ativa, vida autónoma e vida apoiada. Para Fernando Medina a vida ativa é o eixo central, porque vai permitir potenciar as capacidades das pessoas que, aos 65 anos, estão “num pico de capacidade intelectual, de conhecimento e, até, muitas vezes de energia e disponibilidade” que falta aos mais novos, defendendo a necessidade de se aproveitar essa “energia incrível”.

O presidente da CML agradeceu a Edmundo Martinho por, no início do seu mandato como provedor, “ter dado prioridade a este projeto”, que qualificou como, porventura, “a mais ambiciosa parceria” entre as duas instituições.

Edmundo Martinho apresentou o programa “Lisboa – cidade de todas as idades“. O provedor da SCML lembrou que vivemos num mundo em que a “questão do envelhecimento se coloca cada vez mais” para defender que o caminho proposto por esta estratégia, de aproveitar o esforço alargado entre instituições que têm a seu cargo a gestão do espaço público e bem-estar dos cidadãos, é o caminho certo.

O provedor da Santa Casa explicou que “todo o programa está desenhado à volta de duas questões: autonomia e participação”, conceitos que são transversais a todas as medidas apresentadas. Tal como Fernando Medina, Edmundo Martinho lembrou que “este é um programa que não está fechado e incentiva novos contributos” de todos.

Para além de todos os benefícios que se esperam para a população, Edmundo Martinho destacou uma questão subjacente, da criação de emprego: “O dinamismo que se vai introduzir nas respostas sociais permitirá uma criação de postos de trabalho muito intensa”, realçando que se refere a postos de trabalho qualificados.

Entre as medidas do programa, destaque para a Teleassistência, requalificação de 21 Centros de Dia em espaços intergeracionais e abertos à comunidade, alargamento da cobertura de apoio domiciliário, um Serviço de Apoio ao Cuidador Informal para abranger seis mil cuidadores em, aumentar e melhorar a prestação de cuidados de saúde básicos, coordenados com o apoio social, à população necessitada de Cuidados Continuados mas com autonomia para habitar em casa própria, estando prevista a criação de 8 equipamentos com Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas e Cuidados Continuados, que tem por objetivo a criação de mil vagas.

Aquele que é assumido pelas entidades promotoras como o “maior e mais ambicioso programa de investimento na rede de cuidados, apoio domiciliário ou a requalificação do espaço público”, vai incluir também a Segurança Social e a Administração Regional de Saúde, bem como todas as instituições da Rede Social de Lisboa