A redução da mobilidade residencial é uma das causas mais importantes de institucionalização das pessoas mais velhas. Contudo, tornando-se a casa o local onde as pessoas desejam viver o máximo de tempo possível, esta deverá ser capaz de potenciar a mobilidade, a autonomia e o bem-estar. A complexidade destes desafios impõe, assim, uma abordagem integrada e multidisciplinar à capacitação do espaço habitacional, no sentido de promover um envelhecimento ativo e saudável. Ou seja, é necessária a convergência de sinergias, de conhecimentos e de competências para a otimização da segurança e da mobilidade em contexto habitacional, materializada através da intervenção de diferentes áreas e setores: arquitetura e engenharia residencial, design e domótica digital, domínios associados à prestação de cuidados (e.g.: enfermagem, terapia ocupacional, fisioterapia, entre outros).

Esta 6ª sessão do Simpósio InterAções será dedicada à revisitação da casa enquanto centro da promoção da mobilidade ao longo da vida, para a qual é fundamental uma abordagem integrada e multidisciplinar.

Na reabilitação urbana, a qualidade dos espaços públicos é importante para melhorar a interação social e promover o envelhecimento ativo e saudável. No entanto, o planeamento urbano tende a enfatizar o edificado e a segurança dos idosos, enquanto as necessidades sociais, como a participação social dos mais velhos, não são frequentemente tão consideradas. O reforço da interconexão entre as componentes edificado e segurança e as componentes de participação social e cidadania é um dos grandes desafios que responsáveis pelo planeamento urbano, serviços de segurança pública e decisores políticos enfrentarão, cada vez mais, nas malhas que a cidade tece.

Na quinta sessão do Simpósio InterAções serão debatidas questões relacionadas com o bem-estar social e a segurança dos mais velhos no espaço público e os mecanismos de planeamento urbano que podem ser utilizados para reforçar a sua participação social e direitos de cidadania.

A habitação é uma componente fundamental do processo de inclusão social. O direito à habitação condigna está inscrito em todos os documentos fundamentais. Contudo, ainda se continuam a verificar atropelos à consignação plena deste direito, como ainda, e principalmente, se verifica que as habitações existentes não atendem às necessidades das pessoas com dificuldades de mobilidade, em situação de dependência e a necessitar de cuidados de saúde no domicílio. A habitação como local onde queremos viver a maior parte do tempo das nossas vidas tem de ser acessível e adequada à prestação de cuidados ao longo do ciclo de vida, em particular na nossa velhice.

Na quarta sessão do Simpósio InterAções iremos recentrar a casa no contexto das políticas públicas para a inclusão, discutindo o seu reposicionamento enquanto centro do cuidar ao longo do ciclo de vida.

Os estudos mostram que a maioria das pessoas quer viver em suas casas o maior tempo possível das suas vidas. Contudo, as nossas casas não foram pensadas para se adaptarem ao longo do nosso ciclo de vida, em particular quando ficamos mais velhos, perdemos autonomia e/ou temos que ficar mais tempo em casa. Esta foi também uma lição aprendida com a pandemia Covid-19.

Urge olhar a habitação apropriada ao reforço do paradigma do envelhecimento na comunidade – ageing in place – onde as pessoas, ao longo das suas vidas e nas mais diversas circunstâncias existenciais, possam manter laços de interação entre a casa e o espaço público, garantindo os seus direitos de participação e cidadania.

Esta terceira sessão do Simpósio InterAções começa por proceder a um ponto da situação dos modelos de habitação adequados ao ciclo de vida, dando particular relevo ao que se passa na Europa e nos EUA. Segue-se a apresentação de projetos comunitários que procuram reforçar a abordagem ao paradigma do envelhecimento na comunidade.