A continuidade dos cuidados ajustados ao paradigma do envelhecimento na comunidade só é possível com organizações locais resilientes, capazes de realizar mudanças adaptadas às novas exigências e necessidades das pessoas ao longo do seu ciclo de vida. Este é um desafio que exige uma maior integração e coordenação intersetorial dos níveis de prestação de cuidados sociais e de saúde. Mas exige também mecanismos de planeamento e financiamento inteligentes e versáteis, que não cubram apenas as respostas tradicionais, mas que facilitem a inovação, a experimentação e a disseminação de boas práticas.

A 10ª sessão do Simpósio InterAções procura colocar o tema da continuidade dos cuidados numa perspetiva de resposta às novas exigências do paradigma do envelhecimento na comunidade, convocando o testemunho e experiência de três importantes organizações da economia social e solidária.

A promoção do envelhecimento na comunidade (Ageing in place) requer o desenvolvimento de sistemas integrados de partilha de informação, que permitam uma gestão eficaz e eficiente dos recursos disponíveis na comunidade. Estes Centros Locais de Gestão de Informação permitem, por um lado, a deteção precoce de pessoas em situação de vulnerabilidade e a identificação das suas necessidades e, por outro lado, a gestão integrada e intersetorial dos recursos-chave para a efetivação do paradigma do envelhecimento na comunidade (p.e. saúde, social, habitação, segurança). Contudo, estes sistemas enfrentam grandes desafios relacionados com o nível de confiança com que são percecionados, razão pela qual deverão assentar nos princípios da ética da responsabilidade, do compromisso e da transparência.

A 9ª sessão do Simpósio Interações procurará dar a conhecer experiências nacionais e europeias da gestão integrada e colaborativa de informação na área da longevidade e do envelhecimento.

Os cuidadores informais são já um pilar fundamental na prestação de cuidados na União Europeia, uma vez que garantem cerca de 60% dos cuidados prestados às pessoas idosas em contexto domiciliário, e contribuem, de forma muito significativa, para o controle de custos dos sistemas de saúde. No entanto, e apesar de, no nosso país, já termos aprovado o Estatuto do Cuidador Informal – conferido pela Lei n.º 100/2019, de 6 de setembro -, importa refletir e debater como é que este estatuto se operacionaliza na vida real destas pessoas, nomeadamente: na estruturação e na relação entre os cuidados informais e os cuidados formais de qualidade no domicílio; na adequação aos perfis de cuidadores informais e às suas necessidades de formação e suporte institucional; no reconhecimento social desta função, em particular no seu enquadramento na lei laboral e na forma de garantir a responsabilidade do Estado em relação a estes cuidadores.

A 8ª sessão do Simpósio Interações procurará, assim, abordar o tema dos cuidadores informais, revelando o seu papel na prestação e no planeamento de cuidados de qualidade em contexto domiciliário.

A relação entre as componentes de saúde hospitalar e de prestação de cuidados sociais e de saúde na comunidade, tem sido descrita como fragmentada, pouco articulada e com significativas lacunas no fluxo de informação e de comunicação. Como tal, os processos de interação vigentes entre o hospital e a comunidade, em particular quando é envolvida a população mais envelhecida, têm implicações, quer nos períodos prolongados de internamento hospitalar (com todos os riscos e custos inerentes), quer nas elevadas taxas de reospitalização e institucionalização das pessoas idosas. Este é um “círculo vicioso”, cuja superação só será possível através de uma efetiva política intersetorial de continuidade dos cuidados, que se caracterize pela integração, pela qualificação e pela competência.

A 7ª sessão do Simpósio InterAções abordará os desafios associados ao reforço da interação entre o hospital e a comunidade e dará a conhecer algumas das experiências que têm sido verificadas no nosso país, explorando os obstáculos, os facilitadores e as oportunidades inerentes à sua execução.