A evolução da estrutura sociodemográfica da população está a influenciar de forma significativa a procura de bens e serviços. De facto, as pessoas alteram o seu padrão de produção, poupança e consumo ao longo das suas vidas e estes comportamentos têm um forte impacto na organização social e económica das sociedades. Não é por acaso que nos países ocidentais os segmentos de crescimento mais rápido em termos de emprego foram os do lazer, recreação e saúde. Contudo, quais as ameaças e oportunidades de mercado que derivam desta alteração da estrutura etária das populações? E quais as implicações desta mudança de padrões de consumo? Estas são algumas questões que precisamos de colocar tendo em consideração que, tratando-se de fenómenos derivados da dinâmica humana, deverão ser objeto de políticas públicas equitativas que evitem as desigualdades sociais.

A 14ª Sessão do Simpósio InterAções procura pôr em evidência o impacto do envelhecimento demográfico nos padrões de consumo, explorando as decorrentes oportunidades de mercado e ameaças ao equilíbrio da solidariedade intergeracional.

O preconceito sobre a idade continua a ser muito frequente nos media tradicionais, e tem registado um aumento significativo nos media sociais. Tal ficou bastante evidente durante a pandemia Covid-19, cujas mensagens tenderam a caracterizar os adultos mais velhos como “idosos indefesos e dispensáveis”, bem ilustrado pela disseminação do hashtag “#BoomerRemover”. Como tal, é fundamental uma ação concertada no sentido de sabermos comunicar o envelhecimento de forma a garantir um ambiente de respeito, empatia e solidariedade entre todas as gerações. Este é um desafio de todos nós que deverá envolver não apenas os profissionais dos media, mas também os decisores, os académicos e investigadores, e, fundamentalmente, os próprios adultos mais velhos que devem empenhar-se cada vez mais em esbater os estereótipos idadistas que lhes são atribuídos.

A 13ª Sessão do Simpósio InterAções procura assim conhecer melhor as raízes dos preconceitos idadistas e identificar estratégias para desconstruir esses mitos e preconceitos.

O envelhecimento da população acaba por refletir-se na composição etária da força de trabalho. Assim, se por um lado o aumento da esperança de vida possibilita que as pessoas possam trabalhar cada vez até mais tarde, por vezes até para além da idade legal da reforma, por outro lado é necessário que as organizações se adaptem a esta nova realidade, sendo capazes de promover carreiras mais longas, flexíveis, inclusivas e saudáveis, criando condições para que os trabalhadores de todas as idades realizem o seu potencial ao longo da sua vida laboral, facilitando a transição para a reforma, sem comprometer o equilíbrio entre a realidade do envelhecimento populacional e o sucesso das organizações.

A 12ª Sessão do Simpósio InterAções procurará, assim, refletir sobre a transição para a reforma, dando a conhecer projetos, experiências e boas práticas que visam conjugar o envelhecimento ativo e saudável com um adequado enquadramento laboral ao longo do ciclo de vida.

A revolução digital está a acontecer. A introdução de inovações tecnológicas irá impactar com todas as dimensões das nossas vidas. O paradigma dos serviços de apoio “disponíveis a qualquer hora e em qualquer lugar” está a afirmar-se, o que facilitará o envelhecimento na comunidade, mas também implicará uma cada vez maior penetração dos dispositivos tecnológicos no nosso dia-a-dia. Estaremos nós preparados para acompanhar este ritmo vertiginoso da intromissão digital nas nossas vidas? Seremos nós capazes de realmente compreender a importância destas ferramentas digitais na melhoria nosso bem-estar? Se, por um lado, é fundamental compreendermos e acompanharmos o ritmo da evolução tecnológica, por outro lado é fundamental que não percamos de vista a discussão deontológica, moral e ética do lugar que estas tecnologias devem ter nas nossas vidas, de modo a preservarmos sempre, e o mais possível, a nossa autodeterminação e intimidade.

Na 11ª sessão do Simpósio InterAções discutimos os desafios do envelhecer na era digital, mostrando alguns projetos inovadores com impacto nas nossas vidas, sem comprometer a nossa autodeterminação.