Resultante do facto das pessoas 65+ se manterem em casa durante um longo período tempo, tendo a Plataforma RADAR registado situações relacionadas com violência doméstica e a Polícia de Segurança Pública (PSP) se ter deparado, face à pandemia, com problemas de burlas, a Unidade de Missão Santa Casa programou uma sessão temática para falar sobre estas questões.
O webinar que teve lugar no passado dia 21 de maio, subordinado ao tema “Prevenção das Burlas“, contou com a participação de Maria Aurora Dantier, comissária da PSP.
“Foram sinalizadas novas formas e variantes de burlas associadas à pandemia, outras que se mantêm, características dos burlões e particularidades da população idosa defraudada”, frisou a comissária, que alertou também para os crimes cometidos por familiares, muitos deles de natureza económica e que lesam os mais velhos.
Maria Aurora Dantier referiu ainda os cuidados a ter no momento em que a pessoa levanta a pensão no multibanco, sendo comum às pessoas 65+ o levantamento de grandes quantias, sublinhando o interesse de contacto com as pessoas mais velhas por estas terem conhecimento privilegiado do que se passa nas suas comunidades.
Em jeito de melhoria da qualidade dos contactos telefónicos estabelecidos com as pessoas mais velhas, evidenciou a necessidade, em se transmitir que é de manter uma certa desconfiança em fáceis abordagens, alertando os entrevistadores da Plataforma RADAR, que no atual contexto, antes do momento de uma interação presencial por qualquer organização ou serviço, teria sempre de existir um contacto telefónico prévio a estas pessoas.
Considerado um tema de grande importância na atividade que a Unidade de Missão se encontra a desenvolver, os entrevistadores tiveram a oportunidade de esclarecer dúvidas e melhorar alguns aspetos fundamentais na abordagem a esta população.
A comissária destacou ainda que as chamadas de continuidade “poderão ser fulcrais nesta questão devido à criação de laços de confiança, e assim potenciar uma maior empatia e consequente partilha de situações que, dentro desta criminalidade, possam estar a afligir a pessoa contactada”.