Decorreu, no passado dia 21 de fevereiro, o 5.º Fórum Reino Unido-Portugal, que reuniu académicos, investigadores, decisores, especialistas nacionais e internacionais para debater questões relacionados com o envelhecimento saudável: as oportunidades económicas e sociais.
Neste fórum foi também apresentado o relatório elaborado pelo International Longevity Center UK, subordinado ao tema: “Saúde é igual a riqueza: maximizar o dividendo da longevidade em Portugal.”
Publicado com o apoio da Embaixada do Reino Unido em Lisboa, o relatório destaca a forma como as pessoas mais velhas estão cada vez mais a trabalhar, a ganhar dinheiro e a apoiar uma parte crescente da economia em Portugal.
De facto, Portugal registou ganhos significativos na esperança de vida nas últimas décadas, com as pessoas a viverem hoje, em média, mais cinco anos do que há 20 anos. Em 2040, metade da população portuguesa terá 50 anos ou mais e quase um em cada três terá 65 anos ou mais. As pessoas estão também a trabalhar durante mais tempo. As taxas de emprego das pessoas com idades compreendidas entre os 50 e os 64 anos aumentaram 11% nos últimos 20 anos e sete em cada dez adultos deste grupo etário estão atualmente a trabalhar – um valor superior à média da UE e da OCDE. E uma em cada cinco pessoas com idades compreendidas entre os 65 e os 69 anos está a trabalhar ou à procura de emprego – quase o dobro da média da UE. No entanto, sabemos que embora a esperança de vida em Portugal tenha vindo a aumentar, para demasiadas pessoas estes anos adicionais são passados em más condições de saúde.
Tendo por base quer os contributos de duas mesas redondas com especialistas em Portugal, quer a investigação e análise do International Longevity Center UK, o referido relatório identifica seis áreas de ação para maximizar as oportunidades do envelhecimento da população portuguesa, ou seja, o “dividendo da longevidade”:
- Investir na saúde e na prevenção;
- Financiamento e apoio à inovação;
- Investir em competências para a prestação de cuidados;
- Liderança governamental e políticas públicas;
- Apoiar o trabalho flexível e o desenvolvimento de competências;
- Desenvolver comunidades amigas do idoso.
O Governo português tem dado passos importantes em direção a estes objetivos, nomeadamente através do recentemente aprovado Plano Nacional de Ação para o Envelhecimento Ativo e Saudável 2023-2026 – uma pedra angular da agenda do envelhecimento saudável em Portugal – e da criação do Centro de Competências para o Envelhecimento Ativo (CCEA) em 2023.