A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa apresentou o “RADAR”, um projeto de economia social que pretende sinalizar a população da cidade com mais de 65 anos e identificar as suas necessidades, de modo a detetar precocemente situações de risco e agilizar uma intervenção ajustada a cada situação.
Pioneiro em Portugal, o “RADAR” funciona em rede com várias entidades que operam na cidade Lisboa, de que fazem a parte a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a Câmara Municipal de Lisboa, a Polícia de Segurança Publica, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, a Rede Social e Juntas de Freguesia da cidade.
Inserido no programa “Lisboa, cidade de todas as idades”, a iniciativa pretende gerar condições para a promoção e prolongamento da vida autónoma da população com mais de 65 anos, constituir “radares” de base comunitária, ou seja, uma comunidade mais solidária e sensível às questões intergeracionais, atenta aos riscos e às necessidades desta população, estabelecer um registo base estimado em 30 mil pessoas que vivem sozinhas, conceber um protocolo de sinalização único com a Rede Social de Lisboa, centralizar numa plataforma tecnológica toda a informação sobre a população destas faixas etárias e criar um mecanismo de parcerias entre trabalho comunitário e as instituições no âmbito do envelhecimento ativo.
Para Edmundo Martinho, provedor da Misericórdia de Lisboa, este será “um projeto com ambição muito grande que procura alterar alguns paradigmas das pessoas que vivem na cidade de Lisboa especialmente a população idosa”.
“Este é um programa que tem para a Santa Casa um significado especial porque corporiza, em muito, o que é a nossa missão. O protocolo hoje assinado irá transformar a maneira como a cidade olha para esta população e irá tornar Lisboa uma cidade mais amiga das pessoas”, explica.
Opinião partilhada por Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, que na sua intervenção salientou que esta “é a mais ambiciosa parceria” entre as duas instituições.
De acordo com o autarca o projeto “RADAR” assume uma importância “extrema”, porque “mais de um terço da população lisboeta está na faixa etária acima dos 65 anos e uma cidade amiga tem de saber adaptar-se à sua população”.
“Não há futuro da cidade de Lisboa, se não tivermos uma sociedade coesa e uma cidade coesa só o é verdadeiramente quando consegue gerar oportunidades e qualidade de vida para todos”, concluiu Fernando Medina.
Lisboa, cidade de todas as idades
O programa “Lisboa, Cidade de Todas as Idades”, consiste numa estratégia para a cidade e tem como missão dar uma resposta integrada à população 65+, na senda da longevidade, promovendo ações de cidadania participativa com vista a maiores índices de autonomia e independência.
O programa pretende diminuir o isolamento social da população de idade avançada que vive em Lisboa com o maior e mais ambicioso programa de investimento na rede de cuidados, apoio domiciliário ou a requalificação do espaço público, tornando-o mais amigo da população 65+.