Por forma a reforçar a importância das questões de saúde, no atual contexto social, Mário Durval, disponibilizou-se para conceder algumas orientações aos entrevistadores da Plataforma RADAR.
Mário Durval, membro do conselho consultivo da Unidade de Missão Santa Casa e diretor do departamento de saúde pública da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, disponibilizou-se para conceder algumas orientações aos entrevistadores da Plataforma RADAR, sobre o tema “Prevenção e Aspetos Clínicos do Covid-19 em tempos de Desconfinamento Social”, nomeadamente, as questões da transmissão e de defesa do vírus.
Este webinar surgiu devido à urgência e essencialidade das pessoas 65+ estarem na posse de informação correta, fidedigna, objetiva e científica sobre a covid-19, para se promover a adoção de comportamentos racionais e adequados.
O conhecimento desta população, considerada de maior risco, torna-se relevante para contrariar o alarmismo social e a sobrevalorização da gravidade da doença, bem como ideias desfasadas da realidade, o desconhecimento, o medo, para além do preconceito/estigma contra as pessoas infetadas ou que contraíram já a doença.
É também esse entendimento que está na base de comportamentos seguros, devendo-nos focar nas questões que nos apontam para os riscos maiores.
De ressalvar as ideias chave partilhadas, nomeadamente a importância de transmitir às pessoas 65+ as duas formas de transmissão da doença, bem como os meios de proteção para atuar com eficácia e prevenir adequadamente o contágio, evitar aglomerações/concentrações de pessoas, sendo obrigatório o isolamento social das pessoas infetadas. Por outro lado, o uso de luvas é altamente desaconselhado por produzir uma falsa sensação de segurança e estar na origem de práticas imprudentes, sendo preferível lavar as mãos, sendo que o uso de viseiras só deve ser utilizado por profissionais de saúde, não sendo aconselhado à população geral.
A letalidade é mais expressiva nos grupos 65+ e, principalmente, entre estas, havendo uma mensagem simples que deverá ser transmitida por todos com clareza: máscara para proteção dos outros/comunitário; higiene das mãos e a distância social para minha proteção!
Mário Durval deixou a ideia de que não vamos eliminar a epidemia, sendo o papel de todos fazer a contenção da mesma, atendendo que há uma percentagem ínfima de pessoas que desenvolvem a doença com consequências graves.
“Importa conter ao máximo o número de pessoas infetadas para tentar impedir a transmissão”, defendeu o especialista.
A longo prazo, a ideia de imunidade comunitária poderá ser importante, não havendo de momento tratamentos e medicamentos específicos para a doença, constatando-se uma reduzida percentagem de deteção da doença, numa razão de 1 caso de infeção detetada para 10 casos não detetados, havendo que considerar as pessoas assintomáticas.
O regresso à atividade social, o restabelecimento dos relacionamentos tem um efeito protetor da saúde, contrariando as emoções negativas suscitadas pelo isolamento, com forte expressão sobre a saúde física e mental das pessoas.
Em suma, aos idosos e outros grupos de risco deve-se reforçar as advertências e transmitir a ideia que devem ter cuidados acrescidos.